Destas últimas 24h...
Quero-me lembrar da água quase morna da barragem do Azibo, apesar do vento frio, e da hora e meia de descontração com as minhas primas naquele "oásis do nordeste transmontano"
Das nossas fotos ao pipinho que já começa a ser difícil de disfarçar e dos vídeos parvos que fizemos 😉
Do bacalhau no forno ao almoço e da boa companhia
Da conversa no café e mesmo antes da despedida...
Da alegria da minha Bina quando me viu chegar.
Mas é obrigatório registar...
Ter ficado a pé desde madrugada com receio do que se estava a passar na minha terra
Passar o dia em sobressalto sempre que havia más notícias pelo facebook (já que nos jornais, pouco ou nada falavam...)
As labaredas junto à autoestrada, as florestas reduzidas a cinza e a coluna de fumo negro assustadora, que nos obrigou a um desvio quase ao pé de casa.
Do ar esgotado do GNR que nos mandou desviar.
As cinzas sempre a cair, do ar pesado e do cheiro horrível a fumo na minha terra
As caras de exaustão dos meus pais depois de uma noite e dia quase sem pregar olho.
Ver o meu pai a sair mais uma vez a correr com o trator para fresar mais uma terra ao pé de uns aviários para que o fogo não chegasse lá, como andou a fazer toda a noite.
As pessoas na rua, como nunca vi, em alerta para o que desse e viesse...
Um dia triste.
Mas a esperança de que tudo pare rápido, mantém-se.
Que esta noite seja bem melhor para todos.
E melhores dias virão.
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